Recebi ontem uma ligação inusitada de um amigo a quem estimo muito. Era o Filipi Poeys, nosso delegado adjunto da delegacia Legal de Itaperuna. Ele me fez um pedido muito especial. Disse que precisava ajudar uma pessoa. Na verdade ele estava solicitando ajuda a um cara que já teve 23 (não errei na digitação...são 23 mesmo) passagens pela delegacia e 6 (seis) tiros pelo corpo. Imagine o que esse cidadão já fez por aí. Filipi disse que estava conversando muito com esse cara, tentando o convencer que o caminho do crime não leva ninguém a nada e o cara, parece, estava tentando pular fora da marginalidade e queria uma oportunidade, mas não encontrava, já que toda vez que se apresentava a um pretenso emprego as 23 passagens assusta a quem pensa em lhe dar guarida. (E não poderia ser de outra forma, né?!). Mas Filipi insiste, de bom coração, em ajudar. Segundo ele o rapaz gosta de pintar, admira a arte dos pincéis, mas não o faz por conta do ofício obscuro a que tinha se dedicado ao longo do tempo. Me pediu ajuda em conseguir o material para o cidadão (telas, pincéis, tintas e etc)...me coloquei a disposição, tanto como secretário atendendo um pedido do delegado, como um amigo atendendo um pedido de outro amigo. Acho que isso é que vale....observemos um delegado, jovem, determinado, firme com o que a lei manda, mas com um coração gigante que busca oportunidades para pessoas que hoje não as tem. Fiquei feliz com a atitude do meu amigo...vou ajudar sim. Irei procurar meu outro amigo, o França, Secretário de Ação Social, que tenho certeza irá ajudar também e eu como cidadão irei fazer minha parte. Acho que é por aí....são pequenas ações como esta que ajuda esse mundo nosso ser um pouco mais humano.

Quero aqui deixar explícito o meu contentamento gigante pela atitude do Filipi, que por mais que seja um delegado mão de ferro, tem a dignidade de ser humano antes de expor o distintivo que ostenta.